segunda-feira, 28 de março de 2011

O início da viagem...

Oi Pessoal! Como recebí vários emails dos amigos ansiosos por notícias do hemisfério norte, achei melhor criar esse documento, o que facilita para responder a tantas manifestações de carinho. Saibam da importância dessas mensagens, uma vez que estou tão longe de vocês. O meu muito obrigado a cada um. 


O INÍCIO


Na 6a feira, dia 25/03, ao checar o email, vi que o vôo da AA havia alterado de 9h para 9h50. Isso foi bom, eram mais 50 minutos de sono e que foram necessários. Não sei exatamente a razão, mas algo me incomodava profundamente - por certo -, a ansiedade de encarar isso tudo sozinho, em outro país, língua e culturas diferentes, enfim.... não dormi, esperei apenas a madrugada passar e com o pensamento angustiado. 


Ao chegar no aeroporto, um novo atraso da AA, alterando o voo para 11h. Nesse momento eu já me preocupava com a conexão em Miami quer partiria para Toronto às 20h30 locais. No check-in havia três goianos que devem ter vindo direto da balada em GYN para o vôo. Com tanta bebida em mãos era de imaginar que dormiriam todo o voo. Eu só torcia para que meu assento não fosse próximo ao deles. 


É incrível como esse mundo é pequeno. Ainda na fila do check-in, encontrei com meu amigo Nadin, que tem algumas franquias do Mcdonalds em BSB e também estava indo pra Miami com sua esposa para assistir o US OPEN. Foi bom saber que havia um conhecido no vôo, diria até tranquilizador. 


Check-in feito, povo embarcado, quando entramos no avião, me senti entrando no avião da Vasp. Caracas, como seria possível colocar um troço daquele pra fazer um vôo de hemisfério? Era velho demais (risos), daí eu vi porque consegui fácil o bilhete com o smilles (risos). Quando o avião começa a fazer o push-back e as aeromoças com a demonstração usual das saídas de emergência, algo interessante chamou a atenção: as luzes de emergência começaram a piscar freneticamente! Então eu pensei "será que é parte da demonstração ou isso é uma emergência mesmo?  Engraçado que acabou o áudio em inglês da demonstração e as luzes não paravam de piscar e as pessoas começaram a se questionar. Logo o comandante falou em inglês e depois com tradução para o português de que as luzes de emergência estavam com problemas e, que por isso, o avião não poderia decolar. 


Voltamos para o finger e a previsão de conserto era de 2 horas, mas por sorte, não usaram todo esse tempo e liberaram o avião. Lembra dos goianos? Pois é, de tão bêbados acabaram por insultar uma comissária - eu não sei exatamente o que aconteceu -, então, o comandante acabou voltando, pela segunda vez com a aeronave. Aí deu infraero, PF e acabaram por retirar "educadamente" as figuras. E ainda tiveram que limpar os assentos lá trás. 


Enfim, decolamos às 12h30, seguindo pra Miami onde chegamos por volta das 19h50. Então pensei: vai dar tempo. Eu, junto com um tanto de gente que iria fazer conexão para outros estados americanos ou mesmo outros países (como eu), saimos correndo na esperança de pegar a conexão. Quando chegamos na imigração, a vaca foi pro brejo de vez. Embora existam muitos guichês, alguns são exclusivos para americanos retornando ao país. Ainda tem a situação de mudar o painel de visitante para americano, o que ocorreu comigo no meio da fila. Lá fui eu pro final de outra fila, junto com meu amigo Nadin e esposa. 


A imigração nos EUA foi bem tranquila, algumas perguntas básicas: de onde venho, pra onde vou, o que foi fazer etc..., em seguida o guarda liberou. Correria agora pra pegar as malas num salão imenso, cheio de esteiras e vários painéis. A dificuldade inicial era transpor as pessoas, carrinhos, malas, os espanhóis falando alto junto com os italianos... loucura. 


Ao chegar na esteira uma moça começa a me perguntar em inglês sobre a bagagem dela que tava demorando. Tentei conversar também e só depois descobri que era uma brasileira (pode?).


Bom, perdido a conexão para Toronto na noite de sábado, lá fui eu procurar o balcão da AA para remarcar o bilhete. Diferentemente do Brasil, a coisa agora em Miami começava a apertar - only english or a little spanish. 


A atendente arrumou um voo muito bom para o domingo às 11h e me despachou! Daí eu questionei sobre o vaucher do hotel, visto que a conexão foi perdida por dois motivos: um pela falha técnica da aeronave e pelos malditos goianos bêbados. Ela disse que a cia não poderia fazer nada e que eu deveria procurar algum hotel nas redondezas ou mesmo pernoite no aeroporto. É mole? 


Nessa hora o sangue subiu. Pedi pra falar com o supervisor e ela não atendeu, argumentando que "on saturday morning, the tower of control of flight have a fire ...."e blá, blá, blá... eu nem prestei atenção no que ela quis dizer. Não imaginava o quanto essa informação era preciosa naquele momento. 


Muito bate-boca depois apareceu um gerente, extremamente gentil, me ouviu com calma sobre o ocorrido, fez uma ligação somente e já imprimiu o vaucher do hotel com dinner and breakfast, acreditam? 


Jantar, pernoite no hotel e café da manhã... até que rendeu (risos). Ao acordar, vi na CNN que o aeroporto de Miami teve um incêndio na torre de controle no sábado pela manhã e 70 voos foram cancelados ou transferidos para o DOMINGO!!!! Caracas, ao saber disso, rapidinho fiz o check-out do hotel, peguei o transporte e por volta de 7h30 de domingo, estava indo para o aeroporto, a fim de embarcar às 11h pra Toronto. 


Parece que o mundo todo convergiu para o aeroporto! A fila de carros no desembarque já mostrava que a 2a conexão estava perdida novamente. Pra ter uma ideia do caos, nem a fila do check-in internacional da AA eu conseguia encontrar. Quando cheguei no balcão, eram 11h30 da manhã. O voo já tinha ido embora há muito tempo. 


Pensem numa agonia? A atendente da AA ainda quis saber porque eu havia chegado atrasado, bastava olhar pra trás. Outra remarcação, agora pra 2a feira. Daí foi demais: disse que não podia, pois tinha curso que iria iniciar na manhã de 2a, etc.. e tal. Como reclamar vale à pena! Conseguiram um vôo saindo 14h, com conexão em Boston, chegando em Toronto às 22h. 


Gente, valeu a pena, porque Boston, ainda que visto apenas do aerporto, é uma cidade linda! Tem um lago que parece oceano, imenso, não dá pra ver o fim e com umas casas de piso duplo, sem grades, margeando todo o lago, combinando com o início da primavera aqui, nossa, fantástico! Sempre temos que ver algo de positivo na adversidade. A paissagem foi linda, coisa de filme. 


Engraçado que em Miami você encontra muitos brasileiros, latinos, espanhóis com quem a gente ainda troca ideias em portunhol. Mas a medida em que você subindo na latitude, a coisa fica mais complicada, um inglês de pronúncia diferente, mais arrastado, fala baixa, bem difícil de compreender. 


Bom, após decolar de Boston, recebemos o papel da imigração e, ao meu ver, bem tranquilo pra responder. 


Chegando no Canadá, comandante anuncia -10 graus. Dava pra ver pelo pessoal de pista que o frio lá fora não era brincadeira não. 


A jornada chegando ao final, apresento-me ao Sr. da imigração. Cara amarrada, perguntou se eu sabia preencher o formulário. Eu questionei, perguntando se havia algo preenchido errado. O cara não quis nem saber, passou um risco em X no formulário, me entregou e disse pra entrar à direita, diferente do caminho que os demais estavam utilizando. Daí eu pensei: "agora já era, vão me deportar hoje a noite mesmo e nem sei porque motivo". Então, entrei numa sala com outras pessoas. Um atendente bem legal, me disse que o formulário que preenchi estava marcado como cidadão canadense, o que não era o caso. Pediu os documentos da escola, meu passaporte, algumas perguntinhas e, enfim, me liberou go ahead :) 


Nisso já eram quase 23 horas de domingo e faltava encontrar com o motora. Com tanta zica  já estava esperando que ele não estivesse lá fora e já pensava no táxi, quando então, vi um Sr. segurando uma plaqueta com meu nome. Cara, eu quase não acreditei naquilo, senti um alívio tão grande e, o melhor, o cara falava português fluentemente!!! 


Enfim, a primeira parte foi isso. Estou numa casa ótima de uma professora aposentada, muito gentil, extremamente cuidadosa e preocupada. 


Depois eu falo mais a respeito do homestay e da escola. Agora vou dormir porque, além dos -6 lá fora, amanhã tem aula cedo. 


Um abraço para todos vocês! 


Eron 

6 comentários:

  1. Jotaaaa, irmão, quanta aventura. Ufa! Se fosse eu, na hora que vc viu o moço com o seu nome, meu Deus, sairia correndo e pularia nele hehehehe!
    Irmão, tira foto, foto, foto muitas fotos!!!!
    Beijos *Cuide-se!!!!!!!!
    ;)

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  2. Eronzinhoooo!!! Que loucura, quanta adrenalina em tão pouco tempo, mas que bom que no final tudo deu certo,estou muito feliz por vc, aproveita bastante!Bjs

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  3. Eron, que viagem!, com tantos atropelos e aventuras você conseguiu chegar ao destino final. espero que aprenda bastante, tire bastante fotos e se divirta muito.. .abraços Imelda.

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  4. hahahaha....essa historia eh sua cara, Eron!!! li junto com o Ade e rimos ate!! Menino, q desespero!!! mas eh isso, viagem eh aventura!!! seu olhar está bem preparado para isso e vc vai sair com um livro depois do Canada!!! eu vou querer autografo!!! bjao!!!! e abraços do Ade!!!
    aproveite!!!!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Kkk... O início já dá um filme...
    kkkkk Pq, não tomou uns Gyms com eles....

    "...Então eu pensei "será que é parte da demonstração ou isso é uma emergência mesmo?"
    As vezes já eram os 3 goianos bebaços, mexendo nos comandos e pensando que estavam em uma boate.
    A melhor foi arranhar um inglês com uma brasileira...kkkkkkkkkkkk
    Kbça, que bom que apesar dos contratempos voce chegou bem...
    Não esqueça de nos deixar informados...
    Abraços

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